
Andréa Silveira Netto Nunes
MULHER DE PODER
O que você vê quando se olha no espelho? Quanto tempo faz que você não para na frente dele? Quanto tempo faz que você não olha pra dentro?
O que o eco das tuas palavras produzem em você?
Essa é a história da Andréa, mulher de poder.
É uma história de cura, de escrita, de olhar. É sobre como quando a gente para para admitir nosso poder, percebemos que muita coisa dentro de nós precisa ser desconstruída, mas o melhor é que muita coisa que está lá dentro já nos consolida, está de pé, firme e forte.
Somos feitas de dores, mas de muitas vitórias, somos essência, somos amor.
Andréa é uma mulher incrível, escritora de poesias, engenheira e que sempre passou os obstáculos da vida utilizando a força da caneta no papel como aliada. Contamos aqui a história das feridas, que ninguém vê, mas com elas vem a cura, que é uma conquista diária.
O que te define?
"O meu poder é nunca mais precisar de alguém que me salve. Como alguém vai salvar outra que já está salva por si?
Eu transbordo de todas as coisas.
Nunca mais vou me diminuir para caber dentro do quadrado de alguém ou da alma vazia de outros.
Hoje eu só aceito estar onde eu possa transbordar, como quando transbordo estando sozinha.
A solidão real para mim é aquela onde você está rodeada de pessoas, sem o poder de transbordar. Estar sozinha e transbordando é liberdade.
Eu me amo, eu me cuido, me dou carinho todos os dias e não aceito menos do que esse carinho que eu dou a mim. Não. Porque dói... e doendo bloqueia a essência.
Por que eu mereço nada menos que isto?
Porque eu sou forte, já passei por poucas e boas e me mantenho de pé, como um pilar.
Porque eu sou corajosa, eu não tenho medo de nada, só de não viver tudo aquilo que gostaria.
Porque eu tenho aventura, liberdade e sede conhecimento correndo nas veias.
Porque eu não me contento só com o que está ao meu alcance. Porque eu sou resiliente.
Porque eu sei amar. Só quem conhece o amor é capaz de amar.
Porque eu sou linda, de dentro para fora e de fora para dentro. Minhas marcas são minhas histórias.
Porque eu quero, eu posso e eu consigo.
Porque eu sou mulher, homossexual.
Porque eu não tive e não tenho medo de dizer "não".
Poque eu aprendi a não me deixar mais de lado.
Porque eu já me curei de muitas feridas.
Porque eu sou muito dinâmica e inteligente.
Porque eu sou diferente da grande massa.
Porque se eu sou a minha salvadora, não mereço na minha vida nada e nem ninguém que me ofereça menos que isso.
Porque eu escrevo e amo isso.
Porque eu fui capaz de me formar engenheira, indo contra incontáveis padrões da sociedade.
Porque eu sei todo o meu valor.
Porque eu me amo e estou aprendendo a me aceitar todo dia.
Porque eu tenho somente 26 anos e já vivi tanta coisa. Várias vidas, fases, em um vida só.
Porque sou grata por me ter, sã. Por conquista minha.
Porque eu sou minha super heroína, sou minha salvação e mudança, meus aceites e minhas negações, meus amores.
Eu sou tudo. Tudo o que realmente tenho" - Andréa Silveira Netto Nunes - (texto escrito no dia do ensaio fotográfico "Mulher de Poder" - 2018)
Nesta série, as fotos servem de instrumento de poder, e geram um processo que perdura, que produz questionamentos e transformações. Olhar para si mesma é poderoso!
Andréa me escreveu sobre o processo após nossos encontros para a série:
"A fotografia da Bruna, a arte dela, não só como ofício, mas como parte de tudo que ela é, me trouxe vivências extremamente interessantes e importantes, essenciais para algo que chamei de cura.
Cura de muitas questões minhas, e tudo isso, depois que eu conheci ela.
A sessão de fotos que fizemos me trouxe diversos despertares pra o meu eu interior: eu mesma, minha essência, minhas paixões, quem eu sou, o que eu quero, aceitação do corpo e do espírito, do que eu busco nos meus relacionamentos, do que eu realmente mereço.
Depois da experiência que tivemos, eu nunca mais fui a mesma. Ela me proporcionou um questionar sobre o que eu sou, muito mais que meus relacionamentos que de repente me faltaram algo, minhas feridas, minhas quedas, minhas não aceitações de terceiros.
Com a fotografia dela, naquele momento do ensaio, ela me ajudou a despertar o sentir de todo meu poder como mulher, um não “olha tudo que passei” e sim um “olha tudo que eu ainda sou capaz de passar, mas só se eu permitir”, ela me ensinou a eu deixar as pessoas e as coisas irem, se desprenderem, se desapegarem, me ensinou a me desapegar, porque a vida é dinâmica.
Depois da Bruna e desta cura, meu ser se abriu pra muitas outras, e neste momento sinto que estou preparada para um processo de muitas outras curas, físicas e emocionais, que no seu tempo virão.
Sinto como se eu tivesse me esquecido de mim, e a Bruna, me lembrou quem eu era: um mulher maravilhosa, o que eu sempre quis ser.
Depois disto tudo, o que me resta é vivenciar este grande potencial, dizer que eu tenho uma Gratidão imensa e infinita a esta grande mulher e profissional e entender que ninguém vai me salvar, simplesmente porque eu já estou salva, por mim mesma."
Você também pode se abrir e se enxergar. Se entregue para esse processo!
